domingo, 14 de fevereiro de 2010

CLSM30012010

A Carlos Drummond – Itabira Rio Mond...

sei, os cobogós promovem o cansaço habitual das retinas. instante, vejo os livros imaginários das estantes nacionais e não leio nunca mais, pois os concretos e os seios de brasília revelam muito mais. se os concretos refletem essa carga material das coisas e configuram-se como possíveis elementos não entrevistos pelas retinas fatigadas, por sua vez, renovam-se, despertam uma magia translúcida possível a mulher. ora bem, onde não há templo porque maior a moradia, onde não há significado porque maior a perda de deus – lá reside a estranha. lá é aqui e pergunta: que significa esta cidade? eu, abaporu e gauche, olho o relógio, olho o espelho dágua, disfarço e olho os olhos da moça e sigo... se os seios refletem o belo da moça o beijo da moça ainda jovem passando por cima de tudo e o gozo da moça passando por cima de mundo... ah melhor é morar no belo, no corpo da moça, corpo de morar e morrer. quer dizer, o espaço interdito do real de brasília é revisto e os detalhes são transfigurados: as mercadorias expostas nas galerias trazem consigo signos de outras coisas, os bibelos expulsos da feira levam consigo sonhos de outras pessoas – e barrigas cheias abaporuzinhos para alimentar deixam a antena do cerrado. o belo é a bela coxa da moça... o futuro corre, como correm os carros e os espermatozóides. o fruto, bendito, é geneticamente planejado: brasília clariceana tem sangue de barata e o abaporu tem sangue de urubu.

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