segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

SQNS02012010

A Lucio Costa

meus olhos e-motivos tem. as retinas fatigadas do segundo deitado na faixa. os carros não buzinaram. os meninos não cuspiram. os ônibus não xingaram. meninas, eu vi. grafitos nas nuvens: eles desenhavam tudo que era brasília. eram a quarta imitação. e tudo era um palco porque o mundo era redondo, mas o olho era emquadrado. o mundo enquadrado, sem anjos e sem pedestres, apressados. tudo parado, exceto o vento, exceto o tempo, exceto o passado. e tudo apenas porque brasília é assim: assim e assado. da nuvem. mas havia uma necessidade andarilha e segui os gatos desenhados com os grafitos nas nuvens. urb est latim pix: as palavras pixadas indicavam a direção. e segui os trieiros caeiros da população. trilhos certeiros fazedores de caminhos sem direção. o corte na terra. o corte na carne. o corte na côrte. a côrte com o corte nunca mais carne. foi no tempo do rei. eu sou o bobo. e uso a vontade de falar para calar tudo aquilo que pressinto nos vazios entre azuis. valas entre azulejos, ventos entre cordas, vácuo entre choques, caos entre cães vagabundos. eu o bobo encontro um mendigo. tem algo de chaplin, tem algo de sancho, tem algo do circo jgarcia. ele disse meu nome e disse todos os dias eu leio as nuvens, leio as mãos, leio uma passante. e brincamos de espetáculo. brasília um picadeiro, eu o circo de um homem só: o abaporu. disse: eita homem besta meu deus!

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