quarta-feira, 1 de outubro de 2008

BRASÍLIAS INVISÍVEIS XVII

Casulo. Brasília nasceu de um casulo. Surgiu da terra-de-dentro. Grande sertão: silva. Nascida da generosidade das águas que correm para as areias sul e areias norte, da abundância das raízes e seus eixos e seixos milimetricamente monumentais, da fertilidade de tuas seivas de tuas chuvas adoráveis, da amabilidade do ventre mais que aberto e sua ânsia de historicidade. Brasília nasceu nos Goyazes: da terra desoladamente contadeira de estórias, cantadeira de stórias, contadora de gêneros, causadora de risadas, catadora de latinhas. Desta terra que se fez linhas retas, também brotou, partida ao meio, meio mundo, o barro insone das primeiras gotas de setembro. Nasceu também desta Terra goiandira, partida ao meio, Tocandira. Nesta terra plantando arquitetonicamente, tudo se dá. E as três terras na mesma terra, da mesma versão, inventaram cantigas de eras, antigas de rodas, anfisbenas de belas e parabelas de Ares. Desse casulo ao quadrado nasceu Brasília, Ilha de Ninfas e Centauros; desta terra fértil que se deixou desenhar geometrias, desta terra que se deu ao meio e deu-se à queda e foi ao céu nasceram: asas, versos, sopros, filhos...

Um comentário:

Simone Gois :) CotidiAmo :} disse...

Olá Niemar,
Estou impressionada com a maestria e fervor com que falas de Brasília.
Sabe que até já arrisquei uns versinhos pra ela.
Gostei muito do seu blog, voltarei sempre, abraço
simone