sábado, 17 de julho de 2010

CIRCO DA RUA DO CATA-VENTO - VIII

No circo nosso de cada dia trabalha-se seis oito dez doze n horas. Em brasília o rádio ainda fala? No picadeiro o derradeiro espetáculo: gradiva lispector come fogo e monta o cordel do fogo encantado. os novos candangos são os novos migrantes: quando se é retirante em brasília: é pra lá que se vai. É pra lá que eu vou – grito, invertido, para minha mãe. É hora em brasília de tomar bãe. Mas a perda do lago, a perda da janela do lago: os seres falantes e seu cães calados, os seres rastejantes e seu cigarros tragados, os seres itinerantes e seus cachaços amargos... perdi a janela e com ela o lago e com ele o mundo. mas outra janela eu vejo: árvores. Aves. A pomba-rola do mágico canta na minha janela e para ela eu canto esta odisséia do homem só. A perda do lago? o rasto do lago, as árvores da janela o silêncio cultivado – espaços de silenciar – daí nasce o discurso... os focos de silêncio os ventos cantantes. O vento canta? O vento nos varais e roubo frases do varal braziliense: ah, e o sorriso da moça-ismália e sísmica: moça bonita do meu coração onde foges se encontro nos teus passos as paredes de minha última canção? Meninas eu vi: sara-loirinha, suzi-coroa, tamy-japonesa, paola-goianinha, luciana águas claras, marcinha sergipana, jeny novinha... Jeny! aqui? et nunc? É pra lá que eu voo.

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