sábado, 17 de julho de 2010

CIRCO DA RÚSSIA DO TEMPO - VII

O circo é assim: a pessoa chega, olha e senta. E lá vem o palhaço anunciando a canção. E uma legião urbana sob a lona espera a esfera com os gatos alados. Como é belo ver o povo banhando o gramado, como é belo ver o peso do mundo no calado que divide uma cena da outra. quando perguntam onde nasci, respondo: brasília nasceu em mim e os filhos de brasília são pensados pelas minha mãe-medéia. Mãe cujo pai espiritual é Sêneca. Um teatro onde a fala é cênica e a cena é reflexão. Tudo é tão pesado nestes dias tão estranhos: de fumaça e estanho. Eu vi a manequim no gramado depois de passear pela música de morar. Os filhos de brasília nasceram de um aborto elétrico e tomaram corça-cola na mamadeira e ficaram sendo: geração urbana. E pais e filhos são trabalhadores autônomos, músicos autômatos, notícias tirada do jornal. E avisto do monte pascoal os novos candangos nas tintas poteiras pintando paisagens pintando poeiras. Como nesse mundo um pincel tão ingênuo ser tão filosófico. Brasília é assim: quem nasce aqui já nasce matéria de poesia e a mãe que tem um dali na sala é tão maternal é uma mãe de natal que não queima o mundo nem vinga de nada nem faz macumba de amor. mãe é mãe e só. meninas eu vi: a dona-esmeralda, astróloga-márcia, dona-samira, lucia-ababa, cabocla-maria, com-o-poder-de-nayra, ana-a-cartomante,

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