quinta-feira, 18 de setembro de 2008

BRASÍLIAS INVISÍVEIS V

Desfile de 11 de setembro: o hino nacional cantado em esperanto. A bandeira nacional com desenhos naïf. O kaiser com uma kaiser na mão. Cortejo de bibliotecários, trupe de saltimbancos, grupoS de seqüestro, gnomos enfileirados, Clarice solitária saudando o bonde da história e fazendo piruetas e lançando para o ar suas balizas incandescentes, cortejo de girafas, times de futebol, bahianas brancas azuis amarelas, velha guarda da portela em carro especial com aplausos especiais e sambas bambas bachianas, vendedores de algodão doce, ipês brancos com charme de empoeirados, hipopótamos manchados de lama, escritores mortos, sorridentes, em seus esquifes. O poeta bêbado, atrapalhando o passo, caído na esplanada, olha o azul e se funde com o azul. O poeta pisoteado ainda respira os últimos passos do desfile: vassouras, pás, lixeiras sobre rodas, descansos em paz...

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