segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

BRASÍLIAMAR IV (A Nicolas Behr)

Toda cidade tem um plano? Ou esta ou aquela? Não sei, não sei. Aqui todos os dias um desenhista pega sua caneta nanquim, seu papel de seda, sua luneta de ver estrelas de dia e sai para passear. Sendo plano o papel no chão. Sendo tempo a tinta mancha a mão. Redesenha. Desse desenho a cidade nasce todos os dias e dá lições de escrever. Cada pessoa amanhece com uma palavra. Cada palavra é única como o sol, o azul, o flamboyant, o gramado. Todos os dias Brasília tem um plano, mas ninguém sabe. No entanto, mal rompe a manhã: uma partitura, um álbum de fotografia, cartões-postais-digitais tudo isso na banca da esquina. Em Brasília toda esquina tem uma banca. As esquinas são invisíveis, as bancas não!

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