segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

BRASÍLIAMAR VI (A João Gabriel Bahiano-Brasiliense)

Que filho nunca sonhou dormir com a mãe? Eu fecundei Brasília e meus filhos prosperaram e Brasílias menores cresceram. E minha infância é toda sua. Com amor com afeto com carinho eu imagino esta minha cidade como um berço e durmo acalentado por cantigas de ninar: boi boi boi, boi da cara azul! E tenho fases: há fases de frutas, há fases de chaveiros, há fases de fezes, há fazes de absoluta imobilidade. Uma música absoluta sopra da ponta da asa: pressinto acontecimentos. Mas fecho os olhos e lembro de quando Brasília era apenas uma loba. Meu irmão gêmeo deitado mamava na mamãe. Peguei uma pá. Plantei uma árvore: e todas as árvores entenderam o plano. E todas as árvores para todo o sempre estão no exato lugar. Elas são tão exatas como as siglas, as placas que indicam de onde évem. Agora, as tesourinhas, nunca sei para onde vão. Tesourinhas levadas: etéreas, veladas, aéreas.

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