segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

BRASÍLIAMAR XXII

Cada satélite que surge se multiplica. Sob o limbo, ao som de Zaratustra, ela se fecunda e deixa crescerem os ramos espiralados. Os cidadãos, enquanto o azul nasce do rosaurora, ainda sonolentos, não percebem que quando ela deixa de ser uma chegada passa a conter uma satelidade. A semente, em todo seu esplendor, contém a urbs, contém a metrópole, contém o mundo e contém as galáxias e contém viajantes espaciais em suas naves que não sei dizer... não são humanas e não podem ser ditas por palavras humanas porque elas são próprias, alheias a tudo que é humano, menos Brasília. Digo mal, mas digo de ouvir dizer: dizem ― o universo existe e Brasília está no seu centro.