segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

BRASÍLIAMAR XXIV (A Patrícia Arruda)

Grava-me em teu corpo cidade de mais de um milhão de carros. Como um selo em teu coração, como um selo em teu seio quero te amar porque o amor é forte e minha sorte é jogar nos seus braços a minha Sorte. Cruel é o abismo da paixão, suas chamas são de areia e suas faíscas recordam o magma de rosa, as pragmas rexiduais dumond. Brasília do fim do mundo onde é seu começo onde é seu nunca? Ser expulso de Brasília representa estar cego e ser guiado por um louco. O amor aqui não é uma metáfora é uma compulsão é uma doença que bate na aorta. Por isso eu escrevo com versos roubados de vários poemas capitais. De tragédias que afirmam que Brasília é uma prisão. Então Brasília é um campo de concentração. Um mundo um campo um jardim em que cada escolha é uma prisão e cada prisão força o prisioneiro a estar concentrado naquela visão. Quem vem vindo do deserto? Quem chega a esta hora em Brasília. O amante. Entra, senta, toma cachaça, acha graça vai dormir. Brasília apaga seu cigarro, ri olhando a abóbada estrelada, balança a cabeça e deita em seu lençol de cetim. Brasília dá um beijo em mim e eu começo a sonhar com um lago que paira no ar, que corre riverrum pro mar, que voavoa na direção de niemar...